Alunos dos novos tempos

16-12-2021

Os alunos já não são os mesmos

Os alunos são outros. O mundo mudou, as pessoas mudaram, os meios de comunicação mudaram. Tudo está em constante mudança, casa vez mais, a um ritmo, muitas vezes, assustador. A era é a da tecnologia, com todas as vantagens e desvantagens que isso traz.

As características dos alunos já não cabem apenas numa sala de aula. Os alunos do século XXI sempre viveram na era digital. Muitos professores estudaram com livros e enciclopédias e decoraram textos e palavras. Existe uma enorme diferença nas gerações e na forma de ver o mundo. Há quem fale nesta nova geração como a geração Z, uma geração que, ao ser educada, já não aprende com cartilhas do século passado. Tal é insustentável, ainda que seja importante não perder os hábitos de leitura.

Mas como entender tudo isto?

É preciso perceber que alunos temos à frente. A sua capacidade de concentração é muito curta, a paciência também. Tudo se torna mais volátil. Os alunos vivem com um acesso enorme a informação variada, a todo o momento, vindas de todas as fontes e redes.

Perante isto, muitas escolas estão a anos de distância de um mundo repleto de estímulos, sensações e possibilidades de experiências.

Quem é este aluno?

Estes alunos passam imenso tempo nas redes sociais, comunicam por mensagens instantâneas com poucos caracteres. Tudo é rápido, não há abordagens longas e reflexões, nem tão pouco capacidade crítica, o que marcou as gerações mais antigas.

Estes alunos são muito reativos, procuram mais justiça e querem/precisam de escolas diferentes, com novas dinâmicas, novos valores e novos projetos. Precisam de mais motivação, mais e constante feedback.

Estes alunos, ao mesmo tempo que precisam de regras objetivas, também não lidam bem com as mesmas, com muitas formalidades inquestionáveis e, por vezes, nem com hierarquias.

Estes alunos têm uma postura ativa, embora necessitem de estímulos, pois tudo está à mão de um clique, por isso, são recetivos ao ensino à distância.

Em muitos casos, escolher uma via, uma carreira, é difícil, porque estes alunos são muito práticos. Eles querem soluções reais e céleres. Querem estudar assuntos relacionados com a realidade.

E o que pretendem estes jovens?

- Querem ser ouvidos e respeitados;

- Participar e decidir;

- Fazer coisas com impacto visível;

- Gostam de pesquisar o seu próprio conhecimento;

- Gostam de aulas práticas e com interação;

- Gostam de se expressar na arte, na música, no teatro, no desporto.

Estes alunos precisam dos 4 C´s:

CRIATIVIDADE

COLABORAÇÃO

CRÍTICA

COMUNICAÇÃO

Não há receitas para trabalhar estas competências com os alunos. Mas se a escola se basear nestas últimas quatro, proporcionará mais competências essenciais para que se tenha sucesso nos dias de hoje.

A minha geração não foi tao habituada a isto, as aulas eram mais expositivas, havia momentos de partilha e debate, mas não era o mesmo. Projetos colaborativos, hoje em dia, têm bons resultados

Tem de haver uma maior conexão com estes alunos, uma melhor compreensão das necessidades dos mesmos. O pensamento e a curiosidade têm de ser alimentados.

Da Lei Fundamental resulta que a educação, realizada através da escola e de outros meios

formativos, deve contribuir para o desenvolvimento da personalidade e do espírito de tolerância, de compreensão mútua, de solidariedade e de responsabilidade dos indivíduos (n.º 2 do art.º 73.º da CRP). Por sua vez, a LBSE define, em consonância com a CRP, o sistema educativo como o conjunto de meios pelo qual se concretiza o direito à educação, que se exprime pela garantia de uma permanente ação formativa orientada para favorecer o desenvolvimento global da personalidade. Identifica como princípio geral do sistema o desenvolvimento pleno e harmonioso da personalidade dos indivíduos, incentivando a formação de cidadãos livres, responsáveis, autónomos e solidários e valorizando a dimensão humana do trabalho. Acrescenta que a educação promove o desenvolvimento do espírito democrático e pluralista, respeitador dos outros e das suas ideias, aberto ao diálogo e à livre troca de opiniões, formando cidadãos capazes de julgarem com espírito crítico e criativo o meio social em que se integram e de se empenharem na sua transformação progressiva (art.º 1.º e n.ºs 4 e 5 do art.º 2.º da LBSE).

Na definição das regras que concretizam aqueles princípios e objetivos fundacionais e que garantem o exercício efetivo daqueles direitos fundamentais, impõe-se considerar a dimensão que a CRP denomina desenvolvimento da personalidade e a LBSE desenvolvimento pleno e harmonioso da personalidade dos indivíduos, isto é, considerar a formação da pessoa como a principal finalidade do sistema educativo. Tal dimensão envolve diversos conceitos e atributos identificados nos normativos, designadamente, liberdade, autonomia, civilidade, disciplina, respeito, tolerância, solidariedade e espírito crítico. 

in, Perfil dos Alunos para o Século XXI, Parecer do Conselho Nacional de Educação, 2017

Sílvia Neves - Blog pessoal
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