Sobre uma nova consciência
Imagem de Larisa Koshkina por Pixabay

Todos precisamos de uma vida que nos permita viver e participar individual e socialmente. Movimentamo-nos, trabalhamos, comemos, respiramos, aprendemos e praticamos uma variedade de disciplinas seguindo determinados costumes, normas ou leis. Por vezes, e porque ainda vivemos num sistema, deixamo-nos levar por uma rotina imposta por convencionalismos/imposições "pseudocientíficas" e/ou religiosas, que, na maior parte dos casos, servem interesses escravizantes de perceções autoritárias que convertem o medo num fim, tornando-nos escravos de falsas necessidades que nos sujeitam à especulação, exploração e engano do homem pelo homem.
Deste modo, posto em causa o equilíbrio vital, assistimos a uma sociedade cada vez mais doente e a um mundo cada vez mais contaminado nos seus elementos da vida: terra, água, ar, destruindo-se a Natureza, criando um meio artificial, que obriga a Ciência e a técnica a realizar esforços gigantescos para contrariar os efeitos desta destruição, que não para com a civilização industrial.
Lutamos e competimos uns contra os outros, fazemos guerras, convertemo-nos em robots, desumanizamo-nos, trabalhamos imenso, colocamos em causa as estruturas éticas e morais.
Imagem de Sasin Tipchai por Pixabay

Ter conhecimento desta situação e do estado em que o mundo se encontra, conduz-nos à necessidade de encontrar soluções e de reencontro com a Natureza para nos readaptarmos, para (re)conceptualizar a nossa vida, os nossos costumes e a nossa civilização com leis que regulem a dinâmica da nossa vida, fazendo com que a nossa conduta se transforme numa ação preventiva sistemática em defesa da vida e da Natureza, para que o nosso progresso e a nossa evolução, como consequências das leis naturais, se concretizem em prol da sobrevivência do Homem e da Sociedade.
Como?
Precisamos de uma postura humana, consciente, responsável, dinâmica e consequente, com base nas leis naturais e de acordo com uma filosofia naturista, juntamente com uma organização social e um compromisso do Homem perante a Sociedade e a Natureza.
Imagem de Anja-#pray for ukraine# #helping hands# stop the war por Pixabay

A filosofia naturista propõe alguns princípios fundamentais que podem contribuir para esta mudança de paradigma:
1. Alimentação isenta de carne, peixe, bebidas alcoólicas, tóxicas e/ou excitantes (ou pelo menos diminuir o seu consumo).
2. Abstenção de fumar e consumir drogas.
3. Evitar o consumo de substâncias que podem alterar o equilíbrio psicossomático.
4. Desenvolver o contacto com elementos naturais reguladores do equilíbrio humano, como o sol, o ar, a terra, a água e praticar atividades que desenvolvam o físico e o mental.
5. Eliminação de costumes que atentem a moral.
6. Tornar clara a relação entre o sentimento e a ação na vida e na relação social, através:
a) da reflexão objetiva
b) da honradez de critério e ação;
c) da clareza e integridade de princípios;
d) da primazia do dever;
e) do respeito pela vida,
f) da preferência pela não violência;
g) da crítica construtiva;
h) do respeito à crítica;
i) da defesa dos direitos humanos;
j) da participação ativa segundo as possibilidades.
Artigo inspirado no Boletim de la Federacion Vegetariana Española (Março, 1973)
